Em 2017 eu teria uma aula com Peter Pál Pelbart, passou do horário e o homem não chegava, foi substituído por Noemi Jaffe, o motivo da sua ausência não era sabido, Edith Derdyk explicou-nos: o filósofo não tinha um celular, nada de telefone, seu único meio de comunicação era o e-mail, utilizado por ele com a mesma tempística dos correios.
A minha namorada vende cursos online no Instagram, dinheiro passivo mana, esse é o futuro, você é anacrônica, não se faz mais networking de arte assim, você está ultrapassada e não quer crescer. Vem se vender você também.
Horas e horas de trabalho sem garantia de retorno e direitos trabalhistas. Hmmmm
Quando soube em 2017 que o Peter Pál Pelbart não tinha sequer celular, minha reação imediata foi pensar quanto são excêntricos são esses filósofos, mas, na verdade tinha toda razão o Peter.
R.I.P redes sociais.
Cheguei há pouco como frequentadora do Substack e está bem claro que estamos em um funeral coletivo, muitas e muitas vozes falando sobre as redes sociais terem sido reduzidas a entretenimento e cursos.
Vim participar desse enterro, de algum modo como em todo velório as pessoas choram, mas sociabilizam. Fico pensando se esse é o último espaço realmente social das redes, e que bom que aqui os escritores podem cobrar pelos seus conteúdos, é como comprar um livro, é uma solução para o trabalho não ser gratuito.
A parte que me toca.
Tô bem aqui, essa é a única rede que participo, tem me feito um bem danado escrever publicamente como se fosse na era dos blogs, inclusive parece que foi a pecinha que faltava na minha vida, agora tá tudo completo, nada me falta.
Gente que pensou mais sobre isso do que eu:
Indico esse ótimo post aqui: